Ouvi durante anos, mães, tias, avós e bisavós dizendo que para uma mulher ser uma boa mulher, ela deve se guardar, não vestir determinadas roupas, não se insinuar, se guardar em um armário e ficar ali, até que o tal do "homem certo" chegue.
Mas isso ficou para trás, pelo menos para elas. Enquanto as mulheres evoluem cada vez mais em seus pensamentos, falas e posicionamentos, os homens continuam achando que são os seres mais importantes e magníficos da terra. Uma herança maldita deixada por nossos antepassados, mas que a cada dia se quebra, ou pelo menos deveria se quebrar.
Recentemente, foi explanado pelo jornal The Intercept Brasil o caso do julgamento ocorrido na segunda semana de setembro, que considerou inocente o Empresário André de Camargo Aranha do crime de estupro contra Mariana Ferrer, em 2018.
As cenas do julgamento impressionam até o leigo. A humilhação sofrida por Mariana, na presença do réu, do advogado e do magistrado, que nada fez para impedir os constrangimentos enquanto Juiz, mostrou o quanto ainda precisamos falar sobre os casos mais graves de assédio, estupro e humilhações sofridas por Mariana e várias outras mulheres.
Os comentários após a exposição do caso, foram os mais impressionantes. Nas redes sociais, enquanto alguns defendiam Mariana, outros a julgavam por estar em uma festa. Enquanto uns escreviam palavras de conforto, outros a agrediam por postar fotos. Enquanto uns diziam que ela não deveria descansar e que lutasse pela justiça, outros diziam que jamais denunciariam o estuprador pois a culpada era ela.
O mais impressionante, é que alguns usaram o ambiente de trabalho para expor suas "opiniões".
Nesse momento é que você olha e se pergunta: Que cultura pregamos e que cultura trazemos para dentro de nossa organização?
Por isso precisamos falar do caso Mariana Ferrer. Porque precisamos saber e conhecer quem são os que valorizam as mulheres, e quem são as que os desprezam e preferem vê-las como responsáveis de um crime tão brutal como um estupro.
E dá para saber. Basta falar sobre este e muitos outros casos de abusos, estupros, assédios e violências causadas contra elas.
O que sua empresa tem feito para evitar que a cultura do estupro seja perpetuada? Que contribuição sua organização tem dado a sociedade para tornar um mundo mais diverso e para que casos como este não se repitam? Que profissionais tem formado na sua cultura, e na experiência de estar no seu ambiente empresarial?
Entenda, falar sobre casos como estes não é obrigação, é formação de valor.
"O que mais me dói, é saber que o cara que julga o crime, é o mesmo que defende o criminoso, só por falar a mesma língua".
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